Mesmo ainda sem ter visto o novo dos Coen, digo já que dificilmente é melhor do que o Fargo – paciência, esse é o tipo de pessoa que eu sou.
E porquê – perguntam vocês – pode saber-se?
Pode. Porque, entre milhentas outras coisas, tem uma das mais belas cenas de amor da história do cinema. Não, não é uma cena de sexo, eles não são os jeitosos típicos e, embora estejam na cama, estão cheios de roupa. Norman, não muito entusiasmado, conta a Marge que o selo que ele fez foi um dos escolhidos para ser posto em circulação, mas apenas para o valor de 3 cents. Ela diz-lhe que isso é óptimo, que está muito orgulhosa dele... mas ele responde que os selos pequenos não se usam muito... E é então que ela afirma, veemente, «claro que usam, quando sobem os preços do correio, as pessoas precisam dos pequenos, quando ficam com uma data deles antigos.» «É? Se calhar...», diz ele, mais animado.
Isto assim contado não mete grande piada, mas, visto no filme, garanto-vos, é um raio de uma bela definição de amor.