Antes de ir de férias e ficar – segundo as minhas mais fortes e convictas, se não mesmo umbilicais e medulares, intenções – sem ver telejornais durante pelo menos umas mil e quinhentas horas em tempo psicológico, é meu dever fazer uma homenagem sentida (com a devida dobragem do corpo pela cintura, exactamente naquela linha já castigada pelos swings) aos espectaculares noticiários da RTP1, da SIC e da TVI.
Tudo ali é terreno fértil onde os rebentos dos meus elogios podem vir a ser coníferas frondosas, mas como eu tenho de ir tomar café, fico-me só por duas sequóias em crescimento: o tempo que demoram os noticiários – uma hora (ou mais) de um tempinho bem passado, suculento de informação e qualidade estética – e a fantástica arte de passarem de uns assuntos para os outros e regressarem aos primeiros, não deixando que a rotina se instale.
Antecipando-me uma fracção de segundo à vossa questão, esclareço já, todavia, que o que faz a minha baba de comoção e inveja despontar com uma brancura ululante são os deliciosos pormenores de forma e de conteúdo. Hoje, por exemplo, fiquei sabedora de que:
m)- quem tiver uma barriguinha considerável não consegue conduzir o protótipo criado pela Univ. de Aveiro (sim, e também não consegue fazer outras coisas, mas isso já vocês devem saber);
l)- foi criada uma praia para cães cuja frequência custa 5 euros por dia;
r)- o lateral direito Maxi Pereira sente-se bem nessa posição;
x)- o pequeno Moutinho está remetido ao silêncio, o que, suponho, ainda o deve diminuir mais uns centímetros em altura de gajo com g minúsculo (e, por favor, não leiam "guê", leiam "gê", porque eu sou imensamente picuinhas nessas coisas).
Também houve umas aves que feneceram e outras que apareceram doentes – em Faro; as doentes vão ser tratadas com não-sei-o-quê porque não percebi peva do que o senhor dizia, lamento.
Barack Obama em digressão, aqui.
À meia-noite e tal ouvi a Margarida Pinto Correia dizer algo como «(…) daqui a pouco aproximamo-nos da realidade dos dias com a informação na TSF (…)».
Brad Mehldau Trio (Espinho, 22-07-08)
[Eu queria dizer alguma coisa de jeito sobre este concerto, mas já estou farta de rasgar posts, todos me parecem pouco. Assim, e porque é tarde e eu já não tenho 20 anos, vou dormir, continuando a procrastinar a minha estreia em críticas a espectáculos musicais. Fica apenas o convite ao senhor da foto, em estrangeiro para ele perceber.]
Hoje acordei com um nevoeiro à Turner na cabeça. Procurando bem, acho que até há para aqui um outro veleiro, de mastro partido e velas esfarrapadas. OK, senhores que decidem com que imagem acordamos na cabeça pela manhã, já chega, dá para passar para uma coisa mais luminosa… plize?
Tércio de capote: Em entrevista à Ler de Maio, Lobo Antunes dizia que, para si, só o catálogo é importante numa editora. [Se ainda não a leram, leiam.]
Tércio de varas: Em Junho, o autor decidiu permanecer na D. Quixote. [
Apercebo-me de que já não estou em condições de comentar um blogue quando as letras do captcha dos blogues do Sapo me aparecem tremidas como as dos blogues do Blogger.
Há dias em que talvez os deuses até me estejam a sorrir, mas, como estão muito longe e é uma ousadia olhá-los de frente, eu não sei.
Já estava mais do que na altura de eles também aparecerem no Messenger, de vez em quando, para um LOL ou outro.
Ultimamente tenho verificado com estupefacção que à segunda-feira escrevo com muito menos vírgulas do que nos outros dias da semana. Há pessoas que iniciam a semana devagarinho e eu venho cheia de uma pica, que, porém, vou perdendo a partir de, sensivelmente, terça-feira. Ou da quarta ou quinta linha, em coordenadas de post.
Tenho um José Albuquerque a deixar-me o número de telefone, semanalmente, num panfleto da Zon, por baixo da porta.
Bah! Nunca gostei de pessoas fáceis.
Volta e meia também recebo no endereço do hotmail mensagenzinhas da "equipa" do windows live...
Não adianta, nunca apreciei cenas em grupo e muito menos ao vivo.