Ele soçobrava sempre sob o peso das circunstâncias, enterrei-o vivo debaixo de uma pedra enorme para ele aprender a ver as coisas em perspectiva.
Ele tinha muita dificuldade em manter a boca fechada e guardar um segredo, tive de lha fechar à força (imaginem como). Não morreu: sobrevive-se com a boca fechada. Lá diz o povo, quando se fecha uma porta, abre-se uma janela.
Depois de ouvir que um alemão estabeleceu um novo recorde ao ficar com uma tocha a arder entre os dentes durante 10.72 segundos, ele contactou os responsáveis pelo concurso anual alemão e perguntou se ter palavras a arder entre os dentes a vida toda não contava.
Estranhamente, os colegas, que fotografaram de forma entusiástica as pombas e se deixaram contagiar pela felicidade do rosto lívido, depreciaram o vermelho e o dourado por causa do contraste. Acerta o povo quando diz "pobre o que não distingue uma cabeça de veado de uma cabeça de águia".
Sonhara durante tanto tempo entrar no seu local de trabalho acompanhado por cinco elefantes indianos e um rinoceronte empalhado, preso por uma corrente de ferro dourada e uma coleira de veludo enfeitada de cravos e rosas, que quando entrou no escritório, acompanhado por cinco pombas de passos curtos e vacilantes, o seu rosto de animal empalhado – em contraste com o vermelho das flores na coleira (que lhe cingia o pescoço) e com o dourado da corrente de ferro que levava pendente – não podia esboçar maior felicidade.
Em caso de perda, é favor devolver este blogue à sua claridade.
Era uma sílaba tão átona, tão átona que quando apanhava uma tónica pela frente havia sempre elisão.
Este blogue é feito de instinto.
Neste blogue não entram coisas feias. Não entram partidos políticos, nem campanhas eleitorais, nem banca, nem nada que não seja assumidamente ficcional. Este blogue defende a verdade das invenções, a pureza de intenções e a honestidade de visões – individuais ou colectivas. Fatos, aqui, só entram os de homens glamourosos pós-acordo ortográfico.