Gosto de deixar a minha chaleira a assobiar alto, à noite, até me aperceber de que os vizinhos do andar de cima acordaram. Também já experimentei pôr os Tool, mas não tem o mesmo efeito porque se nota que é de propósito.
Experimente Stockhausen. Ninguém ouve Stockhausen de propósito.
No capítulo dos algo tortuosos só tenho Bartók − Quarteto de cordas − mas àquela hora é capaz de ser suficientemente desassossegante.
Grata pela sugestão.
Bartók é bom a qualquer hora do dia, portanto não seria uma boa escolha (na minha opinião). E sim, eu vi e ouvi o Mehldau a interpretar a Exit Music no Rivoli, pouco depois de ter editado o Art Of The Trio Vol. 3. E conheço as obras que citou dos Bad Plus. Destacaria também a versão destes últimos do Chariots Of Fire do Vangelis.
I
sto é tanta cultura que até mete nojo.
Tem razão, mas para o nojo total aqui vai.
Não caia na tentação fácil de pensar que, sendo tão inteligente, espirituosa e culta, eu deverei ser um traste feio; se pensa assim, desengane-se. Tamanha concentração de qualidades chega a ser injusta, é certo, mas o que está feito, está feito, e não vou ser eu quem se vai queixar.
Claríssima.
Não se ofenda, por favor, referia-me, obviamente, à cultura - à minha - e em jeito de elogio. Eu não fiquei ofendido; não fique você também.
Eu percebi que se referia a si, claro, e evidentemente que não me ofendi.
Releio o meu comentário e compreendo que lhe possa ter parecido ofendida... mas o tom não era esse, asseguro-lhe, era, antes, o tom de "sim-começo-a-perceber-que-isso-é-tanta-cultura-que-até-mete-nojo-mas-veja-lá-o-que-é-nojo-a-sério-e-como-eu-também-sou-tão-boa". Brincadeirinha, portanto.
De resto, Brockston… essa auto-ironia (essa capacidade para transformar eventuais frustrações em humor) é uma das duas qualidades que mais aprecio num homem…
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