O casal ia sentado à minha frente e eu pude ouvir, claramente, o homem suplicar à mulher que não o deixasse ficar mal. Quem se tivesse sentado, naquele mesmo lugar, um minuto antes, tê-la-ia ouvido dizer "não consigo, não consigo fazer isso que tu me pedes". Uns bons minutos antes ouviu o revisor, sem surpresa, o que o homem, falando muito baixo, rogava à sua mulher (que não era outra mulher, era a sua): que o matasse, com um tiro na nuca, num lugar e numa data a combinar, mas que não lhe destruísse o rosto, que não o deixasse ficar mal.
De
Moyle a 3 de Março de 2009
quando quinar também quero deixar um cadáver bonito, para ir de caixão aberto. se não mo estragarem, por exemplo com um tiro, até lá, vou fazer um figurão na mortuária :)
De sangue azul a 3 de Março de 2009
Mais tarde, sem olhar o caixão de frente (continuando a focar a nuca do já não seu marido), haveria a mulher de dizer: 'a um morto nada se recusa'.
De escrevinhadora a 3 de Março de 2009
... e ela quer, por força, despachar o burro!
Sangue azul,
«Cold silence has a tendency to atrophy any
Sense of compassion
Between supposed lovers / brothers»
ring a bell?
De
João a 3 de Março de 2009
E meia palavra costuma bastar. Muito bem. Gosto do que se escreve por aqui.
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