O casal ia sentado à minha frente e eu pude ouvir, claramente, o homem suplicar à mulher que não o deixasse ficar mal. Quem se tivesse sentado, naquele mesmo lugar, um minuto antes, tê-la-ia ouvido dizer "não consigo, não consigo fazer isso que tu me pedes". Uns bons minutos antes ouviu o revisor, sem surpresa, o que o homem, falando muito baixo, rogava à sua mulher (que não era outra mulher, era a sua): que o matasse, com um tiro na nuca, num lugar e numa data a combinar, mas que não lhe destruísse o rosto, que não o deixasse ficar mal.