O homem pecador sai de casa a correr, atravessa a rua a correr, protege-se com o jornal mas este logo se rasga, protege-se com as mãos mas em breve fica com elas em ferida, abriga-se nas portadas dos prédios mas os habitantes das casas e os donos das lojas enxotam-no, não querem o chão sujo de sangue, as pedras caem-lhe em cima violentamente e vão-lhe ferindo o corpo e a cara, ele entra num carro mas uma pedra enorme destrói-o, entra num rio mas as pedras atravessam a água com facilidade, entra no mar mas este abre-se em dois, vê Deus, suspira de alívio, bate palmas desenfreadamente e sorri com a parte do rosto que ainda movimenta – qualquer homem desesperado a pedir ajuda é patético – mas Deus desaparece-lhe tão subitamente quanto apareceu, o mar fecha-se, a seguir evapora-se, no areal agora deserto apenas as pedras continuam a cair e ele duvida que Deus lhe tenha aparecido, cada um tem a verdade que merece.