Quinta-feira, 14 de Julho de 2016

Regressar à tua pele

Quem foi que à tua pele conferiu esse papel

de mais que tua pele ser a pele da minha pele?

Cintilação de luas
assim que te desnudas

às escuras

Diante do teu ventre

como não dizer “sempre”

novamente.

Ó lâmina e bainha

de outra espada ainda

Tua língua

Ruge. Reprende. Arrasa
Desde que sempre o faças
com as asas

Vem dos arcanos de outro tempo
ou dos anéis de outra galáxia
esta espessura transparente

que só na cama as almas ganham

David Mourão Ferreira, Pequenos poemas

publicado por Clara Umbra às 23:49
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